Mas venha a crise em 2010, 2015 ou 2020, podemos estar preparados. Pelo menos, num meio rural a vida será cómoda. Nas cidades as pessoas terão que cultivar comida e a agricultura biológica não será mais um luxo mas uma obrigação quando os solos já de si esgotados não poderem ser fertilizados com os químicos habituais, quase todos relacionados com a economia industrial e do petróleo.
Quando a União Soviética colapsou em 1989, dois países ficaram de repente sem acesso à sua industria e petróleo importado, e seguiram dois caminhos diferentes de subsistência: Cuba e a Coreia do Norte. Infelizmente a Coreia do Norte teve uma grande crise de fome que ainda hoje atravessa por ter acreditado que podia continuar no mesmo caminho.
Cuba, por outro lado, além de ter dos melhores sistemas de ensino e saúde do mundo, tem hoje uma agricultura sustentável e embora as pessoas não vivam com luxos (nem deviam), vivem bem e não passam fome (embora não tenha computadores). O governo de Cuba foi inteligente em ter acreditado que as medidas de auto-suficiência local e do povo, baseadas na agricultura de substistência ecológica e local. Em Havana hoje 50% da comida vem dos próprios jardins urbanos de comida que as pessoas decidiram cultivar nos telhados e ruas. Cuba superou e pode-nos dar o exemplo positivo para o futuro, um governo que fez o bem pelo povo, assim como a Coreia-do-Norte pode-nos dar o exemplo daquilo que não devemos seguir, o egoísmo dos governos.
Pessoalmente, mesmo que os governos europeus e português não façam estas coisas, nós podemos. Podemos associar-nos às pessoas e actividades mais rurais e sustentáveis, abandonar o consumismo e começar já hoje, em espírito de entreajuda e criar um futuro mais auto-suficiente e equilibrado. Eu próprio comecei este caminho, embora com esforços, há cerca de dois anos. E parece adequado tendo em vista a imparável subida dos preços dos combustíveis e comida. O meu palpite é que a crise irá bater a porta em 2010. Muitos analistas predizem o mesmo. Vemos os governos tomando medidas sérias? Não. Então quem as deve tomar? Nós!
Para alguma questão, basta perguntarem-me nos comentários.
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