O que é o Consciência Social?

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quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Comunidade em Casa (ou Permacultura em Casa)

Escrevi este post inspirado na ideia da chumani da "comunidade" escrita há uns dias. E como houve feedback... :-)
Irei partilhar alguns insights que sinto agora altura de fazer chegar até aqui... Talvez assim possámos chegar a algumas conclusões comuns e ajudas preciosas para os nossos caminhos!

Como é possível juntar os conceitos de auto-suficiência, comunidade, agricultura biológica e permacultura e fazer isso desde o momento presente?

Após levar-me uma década de observação social e interior a chegar a esta conclusão e um ano de intensa procura para procurar pôr em prática uma vida mais conectada, natural e sustentável, vou partilhar aqui, o mais humildemente possível, no que faço no dia-a-dia na tentativa de dar melhores contributos ao mundo em geral.. mas não quero dar aqui a sensação que estou a expôr o meu ego ou teorias pessoais.
Não se sintam guiados por alguma destas linhas, isto é mais uma procura individual de cada um, mas naturalmente existem modelos que inspiram muita gente, de modos semelhantes, e pelos quais também me inspiro.

Neste momento adopto uma alimentação vegetariana, o mais possível orgânica/biológica e local (embora tal não seja o mais fácil em Portugal), tento adoptar na medida do possível a vida mais simples, calma e natural (se bem que o processo desta caminhada tenha os seus longos trilhos de experimentação). Tento seguir todo o rumo natural de como algo vem ter às minhas mãos, como esse algo influi em mim ou nos outros e como se seguem os produtos de tal acção ou resíduos consequentes (um exemplo prático é seguir donde vem a nossa comida ou água).
Depois faço o meu próprio sabão natural (planeio vir a fazer shampoo natural), uso o mesmo ou os detergentes mais naturais ecover para a louça ou roupa. Reciclo tudo o que posso e recentemente tentei fazer a filosofia do "tentar não deitar nada fora" ou do "tento que pouco entre em casa e pouco saia, apenas o essencial", re-usar o que tenho velho (ou doar) e assim tentar minimizar o impacto dos eventuais recursos. Tenho planos de reciclar o meu próprio papel, há imensa gente que o faz, e a prática parece ser bastante apelativa a usarmos a nossa criatividade, assim como construir um forno solar. Claro que nem tudo acontece em um dia ou um mês, mas acredito que todos cheguemos lá passo-a-passo, aos nossos ritmos.
Tentar não entrar na onda consumista da sociedade, da TV e da negatividade dos media convencionais é outra premissa que julgo que pode ajudar-nos um bocadinho e também ao mundo (boicotando toda a negatividade e interesses menos bonitos que por aí existem). Por último, cultivo os meus próprios vegetais, ervas aromáticas e medicinais na varanda de casa. Que pedra fundamental é na permacultura ou auto-suficiência aprender a fazer tal coisa e assim contribuir até para as nossas gerações vindouras com melhor comida, e métodos mais naturais.(iniciei isto no outono de 2006), ver www.cantinhoverde.blogspot.com

De seguida, partilho um pouco daquilo que julgo ainda não ter integrado e sinto ser importante nesta procura que muita gente indica para uma vida mais conectada, de comunidade mais saudável, de maior serviço àquilo que realmente nos traz aqui.
Falta-me equipar a casa com sistemas de energia alternativa (eólica, solar...) ainda estudo e leio sobre isto mas sinto que é algo fundamental a ajudar a diminuir o uso de combustíveis fósseis e poluentes. Apesar de não conduzir e não ter carro (uso transp públicos), uso das boleias de outras pessoas e embora leia com essas pessoas sobre biodisel e outros tipos de alternativas, ainda não demos esses passos. Falta (evidentemente complicado num meio urbano), reciclar água usada da cozinha e casas de banho (rego as plantas com água da chuva usada e uso urina minha díluida para as fertilizar); naturalmente num meio urbano (e numa casa arrendada e sem vida "estabilizada") estou bem ciente que estas coisas sejam bem mais complexas de se pensar e planear!)
E ainda procuro chegar (este é um ponto bastante importante), como posso contribuir de um modo melhor para a sociedade a nível de comunidade local e global, promover a entreajuda, a questão da auto-suficiência (estas questões do trabalho, dinheiro, estabilidade, criação duma família futura.. também ainda penso, penso, penso..), porque mais uma vez somos educados pa vidas individualistas e do salve-se quem puder e assim é complicado chegar às soluções práticas que permitem solucionar esta questão!
Importante também, medito e faço na medida do possível a minha conexão com a vida, com a natureza e universo e seus ciclos, e o mundo interior e tento dar do melhor nas minhas relações com as pessoas (embora sinta que muitas vezes só comunique da forma ideal com aquelas pessoas que se expressam na mesma frequência que nós aqui - vidas naturais, simples, de ajuda...) pois creio que estes dois pontos são talvez dos mais importantes porque são as âncoras de onde tudo parte para o resto do mundo exterior. Penso que o nosso estigma social para comunicar, quando se tratam de assuntos sensíveis, ainda é enorme.

Quaisquer sugestões, partilhas, adições, pedidos que queiram fazer, sintam-se à vontade!
Naturalmente as áreas da auto-suficiência e do estabelecimento de elos e laços numa qualquer comunidade (seja urbana, rural, formada pelos nossos amigos e famílias ou intencional) são as áreas mais críticas e complicadas de resolver que tenho sentido até agora.

Por último, peço-vos uma sensata discrição quando exponham isto que sinto, para meios para fora do blog. :-)

3 comentários:

teresa g. disse...

Vinha fazer o post e já não fui a tempo!

Sobre o teu post: há tempos comprei um livro que se chama 'A arte da simplicidade' de uma autora francesa que vive no Japão. Tem algumas dicas interessantes e parte dum princípio interessante, embora eu não concorde com tudo o que ela escreveu. É bastante dirigido a mulheres mas muitas coisas podem ser aproveitadas por todos! (passo a publicidade!)

Às vezes não é nada fácil voltar a este nível de vida básico, quando estamos muito presos ao sistema convencional, pricipalmente pela velocidade a que temos que viver.

Eu também vou tentando, mas tem que ser devagarinho, na medida do possível, para nos conseguirmos aguentar sem ter que desistir!

Obrigada pela tua partilha!

paulo disse...

Obrigado pela tua sugestão!
Tudo de bom..

Pedro Silva disse...

Olá,

Estou a gostar muito do teu blog e de te conhecer.

Sobre a poupança de água, aqui fica uma dica: se tivermos garrafões de água de 5l na casa de banho, podemos encher com água da banheira naquele intervalo de tempo em que a água ainda está a aquecer e não temos coragem de nos meter debaixo da água fria. Acho que ainda se consegue encher quase uns 5l só nesse intervalo de tempo em que a água está a aquecer. Eu tenho feito isso.

Um Abraço,
Pedro Mandana