E é possível.
Pois que sirva como exemplo a vida pacífica e harmoniosa que muitas tribos e sociedade ditas primitivas tinham.
Viviam em harmonia com a natureza, sem stresses de ter que ter um emprego e dinheiro.
Hoje em dia falta visão inspiradora para quer os governos, quer o povo, quer para os empresários.
É como se todo o mundo esteja vivendo uma anestesia global, uma ilusão.
E a ilusão do egoísmo, materialismo e interesse pessoal.
Fundamentalmente a ideia de uma sociedade socialista, comunista ou anarquista, em que todos servem um bem comum, sem necessidade que tudo seja cotado em preços, é uma boa ideia.
Basta apenas que a natureza humana, e aquilo que constituem as nossas aspirações mude.
Como disse, o interesse humano ainda é motivo puramente pela sua própria sobrevivência e assegurar coisas ilusórias como status social ou estabilidade monetária.
A falta de educação ou rigidez mental também é algo que impede as pessoas de poderem ver mais além.
Hoje em dia, com controlo exagerado dos estados, da ditadura da economia e das empresas, do mercado competivo e do stress urbano, será que alguém isto como uma sociedade desejável?
Não falando ainda dos desastres ambientais e possivel catástrofe ambiental e climática que poderá ocorrer nos próximos séculos. E não falando da tensões nucleares e sociais, da falta de alimentos, pobreza, instabilidade em muitos países e depressão das pessoas.
Há que nos iluminar e nos inspirarmos. Deixarmos para trás este passado e abraçarmos um novo futuro realista e mais inspirador.
Eu acredito que uma sociedade em que todos sejam livres, e que se devotem a servir um bem comum e mais elevado, é o caminho desejável. Pelo menos hoje em dia, somos "obrigados" a rever o modo como funciona a economia e já nos apercebemos que não podemos continuar assim com a nossa atitude imperialista, capitalista e dominante em relação à natureza, face ao risco de potencial catástrofe.
Restam questões práticas. Como proceder a esta transição?
A história mostra-nos o fracasso de praticamente todos os sistemas políticos, incluindo o actual, em fornecer felicidade, harmonia e paz às pessoas.
Creio que as sociedades avançadas europeias podem agora deixar de lado a avareza monetária que nos moveu durante décadas. E deixar de lado as ilusões do progresso e do avanço. Não há avanço, há apenas que procurarmos a felicidade e harmonia de todos.
É um trabalho individual e colectivo. Lento e gradual, e até doloroso, visto os eventos da história.
Pessoalmente vou pensando, e inclusivé com muitos de vós amigos e colegas, como se pode dar alguns passos numa transição para uma natureza humana mais altruísta, harmoniosa e fácil.
Creio que os avanços tecnológicos em vez de estarem ao serviço do lucro, podem reduzir a necessidade de horas de trabalho dos povos. Não há necessidade de tanta fábrica e industrialização, nem de tanta construção, carros e tecnologia. Agora é preciso perguntarmos como podemos melhorar o nosso balanço com o planeta, com as outras espécies com quem parece que nos divorciamos há muito, com a beleza do universo, com os outros povos que são nossos vizinhos e colegas de planeta, com o clima, a ecologia e a atmosfera.
E perguntarmo-nos também como podemos nos divertir mais, ter mais estabilidade sem ter que perseguir os problemas financeiros, ou de emprego, e continuar, através daquilo que temos como vocação e nos dê alegria, servir um bem maior e colectivo (e ao mesmo tempo pessoal).
Já nos libertamos da religião, da pobreza, da opressão e da ignorância, muitos de nós. Agora fala dirigirmo-nos a um ideal maior de mais harmonia nas nossas vidas, mais alegria e mais altruísmo.
Pessoalmente tenho acreditado que precisámos de ter mais mais hábitos ecológicos e poupados, menos materialistas, nas nossas vidas. E dedicarmo-nos talvez mais às artes e às pessoas, às coisas mais humanas e familiares.
Criar estruturas familiares ou comunitárias não é fácil nesta altura, mas creio ser um passo desejável.
A outra questão mais complicada é como criar menos dependência do mercado económico. Bem, pelo menos parece que atingirmos mais auto-suficiências nas questões de energia, terra, casa, comida e água, parece ser crucial. Ao mesmo tempo focarmo-nos na necessidade disso não só não ajuda como é a própria causa do problema!
Daí que se eu me estiver a rir,a divertir e a expressar-me de um modo muito mais natural e fluído, talvez esteja a cumprir a minha verdadeira missão de servir os outros, sem que comprometa a minha paz interior ou a dos outros. E, enquanto isso, posso escolher uma ocupação na sociedade que me ajude a criar este estilo de vida, tentando a viagem de chegar a esse idealismo final de uma comunidade global que transcendeu o seu próprio interesse e degradação.
Comentários vossos são benvindos, de preferência com ideias positivas e concretas!
Abraços a todos e felicidade,
1 comentário:
Não sei para quem escrevo, mas depois de ter lido o que aqui se escreve não importa... Importa apenas que se fale... Assumir esta responsabilidade de estarmos AQUI é, sem dúvida, o maior desafio com que alguma vez me deparei... Depois de 30 anos a viver conforme "tinha de ser", imposto por mim certamente... e por outros... deparo-me agora com raciocínios pouco sólidos que contrastam com os raciocínios de outrora... Muita incredulidade sinto ao ver-me COMO NUNCA ME VI e a esperar de mim o que não sei... RESPONSABILIDADE é portanto a palavra de ordem do meu dia-a-dia: responsabilidade pela profissão que escolhemos; responsabilidade pelas relações que estabelecemos; responsabilidade pelas escolhas que fazemos; responsabilidade pela inércia latente num mundo que GRITA a todo instante... O meu maior medo é não saber o que é preciso fazer... sei do que se fala... sei do que se escreve... MAS sinto que o ambiente que me rodeia é tão frágil que receio não estar à altura para o defender... quer pela distância ao ponto fulcral... quer pela minha própria ignorância... ESPERO, por isto, que cada pessoa contribua para que se diminua o nosso desconhecimento em relação ao futuro e que se consiga, de uma forma GLOBAL, encontrar pontos de união que farão toda a diferença...
Enviar um comentário