O que é o Consciência Social?

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sexta-feira, dezembro 19, 2008

Permacultura


Vídeo via Bioterra

O termo Permacultura teve origem na fusão das palavras Permanent Agriculture, e o movimento baseia-se nos trabalhos dos australianos Mollison e Holmgren. O conceito pretende abranger não só a agricultura como todas as formas de interacção entre o homem e a natureza que o sustentam. Baseia-se no princípio que um sistema se deve sustentar a si próprio sem degradar os recursos que o suportam, utilizando para isso as suas capacidades de renovação. O design da permacultura baseia-se por isso na observação dos sistemas naturais, e na forma como atingem o equilíbrio dinâmico.

Numa altura em que as várias crises dos actuais modelos de sociedade se tornam cada vez mais evidentes e preocupantes, talvez fosse interessante uma reflexão pela óptica permacultural.

Continuamos a ouvir falar no consumo de petróleo e outras matérias primas não renováveis como indicadores de sanidade económica.

Continuamos a basear o conceito de desenvolvimento no crescimento económico, e este no insustentável crescimento do consumo.

São feitos enormes esforços financeiros para sustentar empresas e grupos que contribuem apenas para a estabilidade a curto prazo, mas continuam a promover actividades sem nenhuma sustentabilidade ecológica, económica ou social a longo prazo.

Os tempos de crise são também grandes oportunidades de mudança. As dificuldades aguçam o engenho, a criatividade, abrem novos horizontes. Conseguiremos fazê-lo?

9 comentários:

paulo disse...

O teu post faz um completo sentido.
É bem verdade. Apostar nas ocupações, empregos, empresas e soluções ligadas ao ambiente, tecnologias limpas e verdes, permacultura, auto-suficiência, comunidade e produção local, são tudo soluções excelentes e das quais o mundo está necessitado por receber e implementar.

O desafio agora (como o é para mim) é como implementar isso nas estruturas da sociedade?

Eu tenho encontrado umas soluções que outras pessoas inventaram. Por exemplo, o ensino pode ser baseado nas escolas Waldorf. A agricultura em comunidades de produção local como as CSA (community supported agriculture) que funcionam como fundações ou ONGs. A energia pode ser produzida de fontes alternativas como a solar, eólica, geotérmica (quer individualmente, quer em projectos e empresas) ou até a chamada free-energy.
A construção o ideal seria ser sustentável e verde. A mim agrada-me imenso o conceito por exemplo das earthships do Michael Reynolds que parecem casas dos Hobbits!

O maior desafio é o dinheiro, sustentar a criação destes projectos requer muito dinheiro. Talvez se as pessoas começarem a pensar menos em dinheiro, talvez cobrem menos e portanto mais pessoas podem fazer projectos destes a baixo custo. Talvez a actual "crise económica" seja uma oportunidade para nos lançarmos nisto, oferecermos estes serviços sem cobrar nada (ou pouco) em troca.
Outra ideia é cultivarmos a nossa própria comida. Claro é preciso um terreno (talvez não fique tão caro, mas ponderar uma vida rural e construir ou recuperar uma casa rural seja algo caro). Por outro lado, as ideias da freeconomy, skill share, land share, woofing, trustships, etc... é toda ideal para por estas coisas em práticas.

Nós temos tentado pôr algumas destas coisas a andar. Conta-nos as tuas experiências também.
Bom Natal a todos!

paulo disse...

Jardineira aprendiz, a minha ideia é: numa altura em que há uma crise grande, os governos para já não parecem dispostos a investir muito nestas coisas (estão mais preocupados com as industrias dos automóveis e bancos). Portanto eu tentarei movermos estes projectos para a frente por nossa própria conta (embora seja um valente desafio!). Mas é possível. Se todos tentarmos algo, de certeza que em 10-20 anos já haverá alguma coisa!

paulo disse...

Dois exemplos:
Um nos EUA http://urbanhomestead.org/journal/

Outro em Portugal http://www.portugalsmallholding.org/index.php

Há projectos individuais e há outros colectivos (eco-aldeias, comunidades), embora estes últimos sejam um tema muito mais complexo.

O que parece, é que, à excepção do projecto Path to the Freedom que indiquei acima, há pouca coisa assim a ser feita nas cidades; a maioria estão em aldeias e zonas rurais (e completamente privados no sentido de auto-financiamento ou sustentamento)

João Soares disse...

Olá Amiga
Surpresa tão gratificante.
Desejo a ti e família um EcoNatal, pleno de Afectos.
Muita paz.

teresa g. disse...

Paulo desculpa não te ter respondido antes, ando um tanto distanciada dos blogs e nem me lembro de vir ver se há comentários. Concordo com as alternativas que apresentaste, claro, mas acho que o grande desafio é a mudança de mentalidades da grande maioria das pessoas. Todas essas coisas fazem sentido para ti, para as outras pessoas que escrevem neste blog, tenho a certeza, como para mim.

Mas há uma grande maioria que ainda não vê as coisas por esse prisma, não consegue distanciar desenvolvimento, qualidade de vida e progresso do modelo consumista e profundamente desiquilibrado em que vivemos. E se pensarmos bem a maior mudança é capaz de ser mesmo a das mentalidades.

E depois vem a forma como todo o nosso mundo está estruturado, a dependência de todo um sistema global que não se pode mudar sem que haja mudanças globais concertadas. Estamos todos ligados e é preciso que as mudanças sejam feitas por todos. Isso é um desafio tremendo, e é uma mudança que poderá ser muito pouco pacífica. A minha esperança é que as pessoas como tu, cheias de vontade de mudar as coisas e com uma perspectiva positiva e uma visão diferente das coisas são cada vez mais. Vamos precisar disso nos tempos difíceis!

João, obrigada, já vai um pouco atrasado, mas espero que estejas a passar umas boas festas e que o novo ano te traga as coisas boas que desejas.

paulo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
paulo disse...

Olá Jardineira aprendiz, sim é bem verdade.
Mas olha, sob os outros não temos nunca poder para mudar as escolhas deles. O máximo que podemos fazer é transmitir as nossas ideias, muitas vezes de maneira suave e ter paciência de santo em saber esperar pois as mentalidades demoram décadas e gerações a mudar.

Se reconhecermos esse facto e fizermos a nossa quota parte, podemos então vir a ter alguma paz interior. Pois eu não tenho qualquer expectativa que as coisas fiquem cor de rosa nos próximos anos. Mas sei que a evolução está sempre a ocorrer e a sociedade sempre a reinventar-se. Os outros que ainda nãoi reconhecem estas coisas vão demorar décadas a reconhecer muitas mudanças que são necessárias. É preciso não desistir, manter-mo-nos fieis ao nosso trabalho de mudar e ajudar a mudar. Mas sim reconhece que demora um certo tempo (e faz paz com esse facto)

E finalmente sim, tens razão, a mudança que pode vir, pode vir a ser bem brutal e já em breve, porque se olhares para as leis da natureza é muitas vezes que assim as coisas se processam. As coisas são escondidas, corrumpidas, as ilusões crescem e rebentam. E depois surge um caos para limpar velhas estruturas para que novo espaço surja para novas estruturas. Nesses anos de "revolução" há sempre complicações, instabilidade e um certo vazio, mas também muitas novas vontades e ideais, e tentativas. Provavelmente para pessoas como nós a Permacultura vai-nos ajudar em certas questões práticas.

Jardineira, Vale a pena termos a nossa paz interior quando assistimos a toda esta coisa toda da vida. Encontrar por vezes a criança que há em nós como dizia o filósofo Agostinho da Silva.

Desejos de um óptimo ano novo para ti, que entre com montes de novas oportunidades e bons momentos...
Um Bom 2009!

Anónimo disse...

EU QUERIA SABER O QUE ´Q ECOLOGIA, POPULAÇÃO E COMUNIDADE ???

Anónimo disse...

O que é ecologia, população e comunidade ?